Como surgiu a tribo
O termo “it girl” foi usado pela 1ª vez em 1927, pela romancista e roteirista inglesa Elinor Glyn, descrevendo algo que a atriz Clara Bow tinha no filme de mesmo nome, “It”. A personagem principal, uma cinderela moderna, é uma vendedora que se apaixona pelo rico dono da loja onde trabalha, e depois de muitos desencontros, ele não resiste ao "it" da moça e o filme termina com um romântico beijo.
As características da personagem, humilde, mas irresistível, deram origem a um rótulo diferente ao da musa perfeita. Mais do que uma princesa, trata-se de uma pessoa autêntica.
Segundo Glyn, que também foi precursora ao escrever ficção erótica para mulheres, “it” é uma qualidade possuída por alguns que atrai o olhar de todos os outros, como uma força magnética. E isso somado à auto-confiança e certa indiferença ao fato de agradar ou não.
Ao longo do século XX, o termo “it” se impôs como uma qualidade muitas vezes intraduzível, mas que marcava um “algo a mais” de qualquer coisa. O termo “it girl” então voltou à tona quando, há cerca de 10 anos, a jornalista inglesa Plum Sykes passou a entrevistar garotas conhecidas localmente, entre os jovens de Nova York e Los Angeles, para expor esses perfis na revista Vogue americana. Hoje, isso tornou-se comum em blogs de street style (uso nas ruas).
Estilo
Hoje, uma it girl é uma garota charmosa, com carisma e personalidade fortes, com informação de moda e o mais importante, com o potencial de sintetizar essa informação, criando um estilo único e que tem o poder de influenciar e se destacar entre os outros.
As it girls são vaidosas, gostam de se vestir, encaram a moda como diversão, tem prazer em se arrumar e não têm medo de ousar. Uma característica bem presente no estilo delas é o hi-lo, que é o uso de contrastes. Vale mesclar texturas, cores e estilos, misturando peças de uma tribo com o de outra, como franjas e tachas, por exemplo. Assim, elas criam um novo estilo e lançam tendências.
Comportamento
O mais importante para uma it girl é seu carisma e capacidade de provocar admiração. Hoje em dia, elas têm um poder muito maior de influência no guarda-roupa das pessoas. Se antes uma it girl fazia uma síntese de um único estilo de uma determinada época, hoje, em que tudo é permitido na moda e o importante é ter o seu próprio estilo, uma it girl é essencial para ilustrar este conceito e mostrar como se faz.
Essas garotas, através da sua personalidade, influenciam diretamente no que e como as pessoas vão usar. Funcionando como personal stylist virtuais, traduzem para o seu próprio estilo o que vemos em desfiles e campanhas, mesclando roupas de grife a peças vintage e de lojas de departamento, tornando a moda mais acessível.
Com a proliferação dos blogs e sites de street style (uso nas ruas), pessoas são fotografadas e se fotografam o tempo todo. Por isso, temos a possibilidade de acompanhar, quase que diariamente, o que famosas e anônimas estão vestindo.
It girl não é sinônimo de celebridade, ela pode até vir a ser graças ao seu estilo se divulgado em um blog bastante acessado, como por exemplo o The Sartorialist, de Garance Doré, ou o hanneli.com, de Hannelli Mustaparta. Além de clicarem anônimos e famosos, também gostam de aparecer em seus posts, retratando tendências e o seu próprio guarda-roupa.
Por outro lado, it girl pode ser alguém que simplesmente influencia na sua cidade, no seu trabalho ou na sua turma. O que vale é ter carisma e um apurado senso estético, mas sempre com muita naturalidade.
A influência dessas garotas é tanta, que fez com que os papéis se invertessem muitas vezes. Ao invés de modelos ganharem mídia por estamparem marcas, as marcas ganham mídia por estarem associadas a determinadas personalidades fashion.
Um bom exemplo é a cantora Lily Allen que, de tanto ser fotografada vestindo Chanel, foi convidada por Karl Lagerfeld para estrelar a campanha de inverno 2009 de bolsas e acessórios da grife francesa, inspirada na musa Audrey Hepburn. Além disso, fez um inesquecível pocket show no desfile primavera-verão 2010 da marca, trazendo um pouco do seu estilo para as passarelas.
Fonte: www.usefashion.com.br
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